As imagens em câmera lenta estão cada vez mais presentes nos filmes e vídeos da internet, a total presença desse efeito é em parte devida ao estilo que esse formato pode dar à captação sem exigir muito esforço — mas apesar se ser simples de captar em slow motion, é muito fácil de bagunçar as coisas e deixa-las sem sentido.
Nesse vídeo do Filmora (em inglês) aprenda cinco dicas do que fazer e do que não fazer para gravar cenas em slow motion e que vão ajudar você a evitar os erros mais comuns.
A primeira coisa que os novos filmmakers aprendem sobre gravação em slow motion normalmente é relacionado ao frame rate ou quantidade de quadros por segundo (medida em fps): quanto maior for a quantidade, menor será o tempo da sua captação da cena.
Então, eles saem, configuram a frame rate para 60 ou 120 fps (ou ainda mais alta) e ficam surpresos quando encontram muitos problemas com a filmagem, como subexposição e oscilação de luz na gravação das imagens. Esses tipos de problemas são incrivelmente comuns — e evitáveis se você sabe algumas coisas sobre o slow motion. E aqui estão algumas dicas que são mencionadas no vídeo:
1) Ajuste sua velocidade do seu obturador: quer evitar “objetos estranhos” e aquele “fantasminha” que aparecem quando você grava em slow-mo? Então você vai precisar ter certeza de que a velocidade do seu obturador é duas vezes o inverso da quantidade de quadros por segundo. Complicou? A gente explica: se você está gravando a 60 fps, configure a velocidade do seu obturador para 1/120 (ou qualquer coisa ainda mais fechada do que isso); se você está gravando a 120 fps, configure a velocidade do seu obturador para…1/140 (ou ainda mais fechado!). É isso aí!
2) Use luz suficiente: agora que a velocidade do seu obturador está muito maior, menos luz vai atingir o sensor da câmera. Isso significa imagens mais escuras. A fim de garantir uma exposição mais adequada, tenha certeza de que você está colocando a quantidade de luz correta e suficiente dentro da sua cena.
3) Tome cuidado com a oscilação de luz da imagem: okay, você já tem a quantidade e exposição de luz adequadas, mas…que tipo de luz você tem? Algumas delas vão parecer oscilar no fundo — como um estrobo —, um fenômeno conhecido como banding, mas há uma porção de recursos que ajudam a evitar essa questão e que você pode usar — ou você ainda pode calcular como esse aplicativo a frequência dos pulsos da sua fonte de luz e da sua câmera para ter certeza de que você não vai ter aquele efeito estroboscópico horrível em sua imagem.
4) Overcranking: Quando você grava em slow motion, quanto mais “devagar” for a gravação melhor, não é? Então, nem sempre. Cada configuração de frame rate produz um efeito próprio no vídeo, de 24 fps à 1000 fps ao infinito. Mesmo se sua câmera pode gravar em 240 fps, pode ser que a imagem 1.) tenha uma resolução menor e 2.) tenha uma estética que não funciona tão bem quanto a que de 120 fps faria pelo seu projeto.
5) Usar o slow motion de mais: todo mundo — inclusive aquela sua querida Tia Gertrudes — ama gravar em slow-mo, mas esse recurso é melhor quanto ele é “apreciado com moderação”. Se você acha que pode estar usando o recurso demais, pergunte a você mesmo por que você acha que aquela imagem precisa ser gravada usando esse efeito, e que impacto ele vai ter na sua audiência e se é realmente necessário ou não para a história.
6) Use um estabilizador: O slow motion é um grande jeito de esconder imagens que não foram captadas com muita estabilidade, mas se você cumpre as obrigações e usa um estabilizador, não só você será um grande astro da captação, como você também notará a qualidade e fluidez do vídeo.
7) Use música: imagens captadas em câmera lente distorcem o áudio, então se prepare para ter trilhas legais.
8) Testando: Antes de você sair e realmente começar a gravar imagens em slow motion, você deveria fazer alguns testes antes. Tenha certeza de que sua luz é suficiente, que não há oscilações de luz ocorrendo na sua cena e, claro, que o foco está no lugar correto.
9) Speed ramping: Para adicionar um toque à sua edição, você pode tentar uma técnica de edição — que é tragicamente superutilizada — chamada speed ramping, na qual a velocidade da sua cena muda entre frame rates diferentes. Normalmente o editor trabalha em cima de vídeos de 24 fps, deixando o clipe mais devagar depois, a uma taxa de 120 a 240 fps no momento mais especial do vídeo — como aquela imagem da manobra perfeita do skatista ou algo do tipo. (Peter McKinnon tem um tutorial incrível de como surpreender com o speed ramping)
10) Quebre as regras: você é o/a chefe da sua própria vida e se você quiser jogar fora todas essas dicas e tentar coisas novas, vai lá! Por favor, se jogue e faça experiências com o slow motion e descubra coisas que o resto de nós possa fazer por aí com esse novo efeito.
E aí, quais são as suas dicas pra quem está começando com o slow motion?
Escrito por João Leite.
Fonte: NoFilmSchool